Neste blog iremos falar sobre a mamoplastia redutora com prótese. Será que é possível fazer isso? Quais cuidados tomar em relação a prótese? Este é o tipo de cirurgia mais apropriada à você? Acompanhe no post
O que é a mamoplastia redutora com prótese?
Bem o próprio nome já diz, o procedimento de mamoplastia redutora com prótese consiste em reduzir o volume das mamas.
Se a intenção é reduzir, entendemos que a paciente tem um volume de mama que está maior do que ela gostaria. Nisso ela vai até o consultório e pede para reduzir o volume da mama, de repente ela recebe uma proposta um tanto diferente.
Pois a intenção dessa paciente é reduzir e o cirurgião fala:” Que tal retirar o tecido mamário e colocar uma prótese de mama? Pois quando se coloca prótese, sua textura é um pouco diferente, a mama fica mais durinha e o resultado do preenchimento da mama fica muito bom”.
Você já pode ter ouvido várias promessas em relação a este procedimento. Porém o que acontece de verdade?
Em minha experiência, tenho recebido algumas pacientes que fizeram procedimento de mamoplastia redutora com prótese. Mas os resultados não ficaram tão bons.
E isto me conduz a um questionamento, entendemos que a prótese é um dispositivo de aumento de volume, que pode aumentar o tecido que a paciente não tem. Em exemplo, pacientes que têm mamas pequenas, e colocam próteses para que as mamas fiquem maiores.
Qual foi a ideia na qual resolveram colocar as próteses em pacientes com as mamas maiores?
Mamolastia redutora com prótese: pontos de atenção no procedimento
A grande questão é que com o passar dos anos o tecido mamário vai ficando menos consistente cada vez mais. Existe a proporção dentro da mama que é a proporção entre gordura e tecido mamário e glandular.
O tecido glandular é mais duro e consistente e assim conseguimos uma sustentação melhor deste tecido.
O que os cirurgiões plásticos começaram a perceber é que quando a mama tem um preenchimento mais do tecido gorduroso do que glandular.
Ao fazer o procedimento de mamoplastia redutora com prótese, o formato dessa mama e sua consistência algumas vezes não fica tão firme como a paciente gostaria.
E nisto resolveram tirar o tecido mamário e colocar uma prótese no lugar, com objetivo de ter a consistência da prótese dentro da mama.
Acredito que esse raciocínio faz todo sentido na teoria, problema na prática é que quando falamos em próteses de mama, falamos em um dispositivo que é seguro, porém que tem suas complicações.
Costumo brincar com minhas pacientes que só terá complicação de prótese de mama, quem tiver uma. Quem não tiver, terá outras complicações, mas não relacionadas a ela.
E temos algumas preocupações, vemos muito na internet preocupações sobre:
- Como o corpo irá reagir com a prótese?
- Se tem risco de rejeição?
- Riscos de trazer problemas para o organismo a longo prazo.
Então se tem uma paciente que não possui nada de tecido mamário, questões de autoestima, de se sentir bem em relação à própria imagem e ela deseja colocar uma prótese de mama e enfrentar complicações da prótese.
Para mim faz mais sentido a paciente fazer essa escolha, em exemplo a uma paciente que possui bastante mama e que nós conseguiríamos reduzir o tecido mamário e ajustar esta mama em uma posição mais adequada no tórax, assim conseguindo um volume na qual ela se agrade.
O volume que não atrapalhe no dia a dia, na academia, em tudo que ela vai fazer. Que é o que acontece no caso de quem possui mamas grandes.
Assim, conseguimos fazer uma mamoplastia redutora em que temos uma redução de volume, e que tem uma mama de um formato natural e agradável para a paciente não de prótese.
Por isso é importante um profissional habilitado para esclarecer suas dúvidas sobre esse procedimento. Para isso existe a sociedade brasileira de cirurgia plástica que regulamenta, qualifica e certifica cirurgiões plásticos de referência.
Mas em exemplo de uma paciente que já tem mama e é dito pra ela que a mama será retirada para colocar uma prótese. Em minha opinião isso não me parece uma boa ideia, pois podemos usar o próprio tecido para fazer isso.
É um procedimento mais trabalhoso porque as cirurgias são mais longas, tem o processo de redução do tecido, é necessário calcular a melhor posição do tecido no tórax, fazer o ajuste da pele. Tudo isso é mais trabalhoso quando não colocamos prótese.
Pois a prótese é um quebra-cabeça montado, não preciso pensar em muitas coisas como onde fazer a estruturação da mama. É simplesmente colocá-la e meu problema está resolvido. Porém a paciente terá que conviver com ela e fazer cirurgias futuras de troca, ou até mesmo do explante da mesma.
E saímos de uma situação onde a paciente tinha um tecido mamário próprio e saudável, na qual poderia envelhecer com ela e ao colocar a prótese ocorrer intervenções futuras, são muitas questões.
Acredito que não faz muito sentido fazer a substituição do tecido mamário saudável por um dispositivo industrializado que tem suas complicações.
Nisto se buscarmos somente o aumento da consistência um pouco mais firme. Pois com ou sem prótese a mama irá cair, porque isso é um processo natural.
E para concluir…
Não se deve almejar ter o colo da mama extremamente marcado e perceptível.
Citei isso em outros artigos, as pacientes que já têm tecido mamário, que pele já se distendeu para abrigar este tecido, têm uma constituição diferente.
Não adianta querer que a mama fique igual aquela amiga que nunca teve mama e vai ter somente uma colocação de prótese e assim ficar com o colo marcado.
Isso não existe, pois quando retiramos o tecido mamário colocamos a prótese, e assim vamos deixar essa paciente dependente dela.
Então se ela tiver alguma complicação ou seu corpo reagir de uma forma ruim a esse produto industrializado, como isso será resolvido depois?
Tenho recebido pacientes para fazer o procedimento de explante que foram submetidas a retirada desse tecido mamário e a situação fica muito mais delicada.
Pois neste caso temos que deixar a paciente sem a prótese, e o tecido mamário na qual ela já tinha sido retirado na cirurgia anterior.
E nisto temos uma grande complicação para resolver:
- A estética da mama, na qual o corpo não tenha aceitado muito bem a esta prótese.
- Ou se a paciente decide que não deseja mais realizar cirurgias futuras, e assim passamos a ter um cenário de uma paciente que tinha a mama e agora ela não tem mais.
Ela passa a lidar com o tamanho e volume de acordo com as limitações que vão acontecer pela retirada do tecido saudável que tinha.
Então é importante refletirmos sobre isso, nas escolhas para decidir sempre com responsabilidade o que resolvemos fazer com nosso corpo.
Gostou desse post? A mamoplastia redutora com prótese é o procedimento mais adequado para você? Deixe seu comentário e compartilhe conosco sua opinião.
Dra. Patrícia Maciel(CRM/SP 126676) é especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) desde 2012. Em 2015, Alcançou seu último nível de reconhecimento da SBCP tornando-se membro Titular após demonstrar experiência na realização de mamoplastia redutora no Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica em BH. Escolheu a Cirurgia Plástica porque considera uma especialidade que transforma vidas!